sábado, 31 de maio de 2008

Maria da Penha: sua luta não pode parar

Queria registrar aqui o falecimento da companheira Maria da Penha, do Movimento de Mulheres do PT e uma incansável militante do movimento de combate ao racismo. Maria da Penha era coordenadora do "Fala Negão/Fala Mulher e integrava a Secretaria Municipal de Mulheres do PT/SP.
A seguir, um pouco da trajetória dessa guerreira. Porque a luta dessas Marias não pode deixar de ser contada por outras Marias que prosseguirão a sua luta!

Nasceu em 23 de Novembro de 1948.

Morou em vários bairros, mas foi no Bairro de Guaianazes, onde seus pais compraram um terreno e construíram uma casa própria onde passou a vida e construiu sua historia.

Costureira aposentada, art-educadora, fez parte da assessoria de Projetos Sociais da subprefeitura de Itaquera no governo da Companheira Marta Suplicy.
Maria da Penha, não nega a raça. Mãe de três filhas: Ana Célia Minuto de Campos 32 anos, Lucinete M. Campos 28 anos e Elizabete M. de Campos 27 anos, Penha começou a construir sua história ainda pequena, acompanhando o irmão mais velho nas festas, bailes e rodas de tiririca, quando era desafiada a entrar nas Rodas de Samba, não deixava por menos mostrando muito Samba no Pé e o gingado da raça Negra.

Sua contribuição cultural começou na Escola de Samba Estrela de Prata de Poá, como passista, reconhecendo seu talento, foi convidada pelo amigo e sambista Gilson para desfilar na Escola de Samba Falcão do Morro Itaquerense na década de 70 onde logo se tornou "Rainha da Bateria" cargo que ocupou por muito tempo, pois era difícil desafiá-la.

Nos anos 80, fundou junto com outros companheiros e companheiras a Escola de Samba Leandro de Itaquera, onde assumiu vários cargos: Diretora social, Tesoureira, fundadora do departamento feminino, compositora, destaque e Presidiu a direção de harmonia da "escola", sendo a primeira mulher a ocupar este cargo no "Samba Paulistano", atualmente era "diretora de carnaval da entidade".

Foi fundadora e idealizadora, junto com o companheiro Gilson Negão do grupo cultural "Oduduwa" na decada de 90 que originou o Grupo Cultural "Fala Negão/Fala Mulher" da Zona Leste de São Paulo, pois sentiam a necessidade de se discutir com mais profundidade a questão "racial" na região, tornando-se referência no tema. Fez parte do Comitê de recepção ao "Nelson Mandela" quando o mesmo esteve no Brasil.
Foi uma das fundadoras do Comitê de Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria na Zona Leste, (Campanha do Betinho) tornando-se depois diretora da "Ação da Cidadania de São Paulo”.
Neste período, Maria da Penha filiou-se ao Partido dos Trabalhadores, dedicando-se totalmente a construção do setorial de Negros e Negras hoje secretaria de Combate ao Racismo, participou do Coletivo da Secretaria de Mulheres, priorizando a organização de Mulheres Negras. Como militante atuava no Fórum de Mulheres Negras, Marcha Mundial das Mulheres e Rede mulher contra violência da Zona Leste.

Pela "Fala Negão" a companheira representava a entidade nas seguintes parcerias: Corrente Viva Secretaria Municipal da Saúde, Coordenadoria da Mulher, Rede Leste Contra a Violência da Mulher, Rede social Itaquera - SENAC, Agente cidadão, R.M.E. Fórum de Mulheres Negras, Rede Solidária de Itaquera, Rede Mulher de Educação entre outras.

Sabedora da gravidade de sua doença, "Câncer de Mama" não se abateu, pelo contrario, intensificou suas ações em realizar trabalhos de prevenção em "saúde da mulher", pois sabia que não tinha muito tempo, em reuniões preparava as pessoas para dar continuidade as tarefas que estavam por fazer, na sua ausência queria saber quem iria assumir as funções, queria passar o bastão, não aceitava choradeiras sobre sua situação, cobrava e designava função para todos e todas.

Em uma das ultimas reuniões de organização que participou da sua entidade, a Sociedade Comunitária "Fala Negão/ Fala Mulher", alguém menos desavisado perguntou-lhe se aquela reunião era para saber quem iria ficar em seu lugar, Penha reagiu com firmeza, "Epa! No meu lugar, ninguém fica!" o que quero saber é quem vai cumprir as tarefas que temos pela frente, finalizou.
(Fonte: Secretaria Municipal de Mulheres do PT)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Saúde Feminina ganha maior espaço no blog

A jornalista de saúde Luciana Veríssimo, da revista Âmbito Farmacêutico, é a mais nova colaboradora do blog "Donas de Si". Ela vai abordar assuntos relacionados à saúde da mulher, com foco na prevenção e no que há de mais moderno no tratamento de diversas doenças. Nessa primeira postagem, o destaque é para a importância da higiene íntima e para um dos males que mais atormenta a mulher moderna: a tenebrosa TPM!!! Boa leitura!

Medicina & Saúde: Saúde Feminina

Há um crescimento visível da importância do papel da mulher na sociedade. Isso se reflete não só no comportamento, mas no consumo de informações e de produtos. Pensando nisso, a revista Âmbito Farmacêutico traz uma matéria que aborda alguns dos principais problemas que afligem a mulher moderna. Aproveite as informações para esclarecer as dúvidas de suas clientes

Higiene íntima

A vagina e a vulva (conhecidas popularmente como "partes íntimas") compõem o conjunto dos órgãos genitais da mulher. Com um formato cilíndrico, a vagina é a parte interna da região pélvica, que além de servir como passagem para bebê na hora do parto, também recebe e acomoda o pênis durante o ato sexual.
A vulva corresponde à parte externa dos órgãos genitais. Estão localizados na vulva: o monte pubiano (aquele dos pelos), o clitóris e o seu capuz (órgão sexual mais sensível da mulher), abertura da uretra (logo abaixo do clitóris), entrada da vagina, hímen (no caso das virgens), grandes e pequenos lábios.Uma higiene íntima adequada, com a utilização de produtos recomendados para este fim, é fundamental para manter estes órgãos livres de infecções.
A vagina já acomoda, naturalmente, uma série de microorganismos, que formam a flora vaginal. Os bacilos de Doderlein, por exemplo, são bacilos normais da vagina, que se alimentam de glicogênio, produzidos pelas células vaginais estimuladas pelos hormônios femininos. Estes bacilos produzem ácido lático, o que mantém a pH da vagina ácido para evitar a proliferação de bactérias causadoras de doenças.
Um descuido pode levar ao surgimento de doenças dos mais variados tipos. Secreções e corrimentos são normais, porém, tudo o que for em excesso merece uma atenção maior e o auxílio de um médico ginecologista.
Não é apropriada a utilização de talcos e perfumes, o que pode acarretar alergias e infecções. Outra dica importante é a priorização de calcinhas de algodão e evitar o uso de absorventes externos no dia-a-dia.
Atualmente, o mercado disponibiliza diversos produtos para cuidar da higiene íntima da mulher, como:
-Sabonetes íntimos: Possuem ação anti-séptica natural que impede a proliferação de microorganismos nocivos. - Mantém o pH natural da mucosa genital. Desodorantes íntimos
- Desodorante anti-séptico jato seco: Pode ser aplicado após a higiene íntima, quantas vezes for necessário.
- Lenços íntimos higienizantes: Especial para a pele sensível da região genital
- Lenços suaves e resistentes: repletos de ativos hipoalergênicos que conservam e restauram a microflora da pele. Para eliminar as impurezas da superfície e deixar os poros mais limpos.

Tensão pré-menstrual

A tensão pré-menstrual (conhecida pela sigla TPM) ou transtorno disfórico pré-menstrual é uma síndrome que atinge as mulheres e se caracteriza por inúmeros sintomas psíquicos e físicos. Geralmente, os sintomas da TPM aparecem desde quinze dias até um dia antes da menstruação (fase lútea) e desaparecem poucos dias após o início do ciclo. De acordo com um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp) com 860 brasileiras, com idade entre 18 e 35 anos, aproximadamente 80% das mulheres disseram que têm ou já tiveram TPM, sendo que em 95% dos casos foram atribuídos à síndrome pré-menstrual sintomas físicos e emocionais.
Causas
Muitas hipóteses tem sido aventadas a respeito das causas desta doença, mas, hoje em dia, o que parece prevalecer é que seja ocasionada por influências hormonais normais do ciclo menstrual, que interferem no sistema nervoso central. Parece haver uma íntima relação entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas (substâncias naturais ligadas à sensação de prazer) e os neurotransmissores, tais como a serotonina. É importante ressaltar que esta síndrome acompanha a ovulação normal da mulher.
Sintomas
Para muitas mulheres os sintomas da TPM são uma parte bastante desagradável de seus ciclos menstruais. Os sintomas mais comuns associados ao problema são: ganho de peso por retenção de líquidos, inchaço abdominal, sensibilidade e dor nos seios, tensão ou ansiedade, alterações de humor, irritabilidade ou raiva, mudanças de apetite e desejos por comida, dificuldades para pegar no sono e insônia, dores musculares e nas juntas, dor nas pernas, dor de cabeça, cansaço. Embora a lista de sintomas seja longa (mais de 200), a maioria das mulheres sente apenas alguns sintomas. Para algumas mulheres, as dores físicas e o estresse emocional podem ser severos a ponto de afetar sua rotina profissional e atividades de lazer e descanso.
Tratamento
Por se tratar de uma síndrome, não existem tratamentos específicos já que os sintomas variam muito de intensidade para cada mulher. Alguns estudos mostram que a vitamina B6 (piridoxina), a vitamina E, o cálcio e o magnésio podem ser usados com melhora dos sintomas. Outro medicamento é o ácido gamalinoleico, um ácido graxo essencial que pode ser encontrado no óleo de prímula. Como esta síndrome está ligada à ovulação, muitas mulheres podem se beneficiar com o uso da pílula anticoncepcional que suspende a ovulação. É possível encontrar pílulas anticoncepcionais que ajudam as mulheres a combater os sintomas da TPM e desejam uma anticoncepção hormonal. Também existe no mercado uma opção à base de cloridrato de sertralina (da classe dos antidepressivos). Esta molécula equilibra os níveis de serotonina no período pré-menstrual.
O melhor tratamento para a síndrome é o que, sozinho ou associado, reduza os sintomas. Deve-se lembrar que qualquer medicamento, mesmo "natural", só deve ser usado mediante prescrição médica. (por Luciana Veríssimo)
(Fonte: Revista Âmbito Framacêutico)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

"Mulheres são burras", diz diretor do departamento penitenciário

Diretor do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, Maurício Kuehne culpa as próprias mulheres pelo fato de 62% das presas do país não receberem nenhum tipo de visita social."Vou usar uma explicação simplista e que me perdoem as mulheres: é que as mulheres são burras", disse Kuehne, ao ser questionado pela Folha se há uma explicação para esse percentual."Elas [mulheres] vão visitar os homens [presos], mas, quando elas são encarceradas, os homens não vão visitá-las. É uma questão de cultura machista", completou.Segundo o diretor do Depen, o baixo índice de visitação nos estabelecimentos para mulheres influencia diretamente no dia-a-dia do estabelecimento. "Influencia, porque a pessoa que não tem essa relação familiar, sua agressividade vai cada vez mais se acentuando. E a dele também, o homem agressivo nos estabelecimentos penais é justamente por conta disso, de não ter o apoio familiar."Segundo ele, 80% dos homens presos recebem visitas sociais. "Os que não recebem é porque a penitenciária é distante, e a família não tem recursos [para o deslocamento]."No ano passado, o governo federal repassou R$ 210 milhões aos Estados, para ações específicas para o sistema penitenciário. Para 2008, estão previstos R$ 520 milhões. "[Esse valor] é um reconhecimento explícito, por parte do governo federal, de que precisa dar mais auxílio aos Estados. Só que esse auxílio ainda é pouco. Ele não vai resolver o problema carcerário dos Estados."Para a juíza Dora Martins, presidente do conselho-executivo da AJD (Associação Juízes para a Democracia), algumas burocracias também têm dificultado as visitas sociais às mulheres, como a exigência, em alguns estabelecimentos, de que as crianças estejam acompanhadas por aquele que tem a sua guarda. Um simples familiar, por exemplo, às vezes não é suficiente."Num domingo, na porta de uma penitenciária masculina e de uma feminina, você já percebe essa diferença. É um corte de gênero. Mas dentro da administração [penitenciária] há uma série de impedimentos. Elas [presas] se queixam de não receber a visita das crianças [filhos]", afirma a juíza Martins.
Fonte: Folha de São Paulo - 26/05/2008

Apenas 9% das presas têm visita íntima

Um raio-X nos estabelecimentos penais femininos do país revela que 62% das mulheres presas não recebem visitas sociais. O isolamento é ainda mais nítido em visitas íntimas: apenas 9% das presas recebem esse tipo de visita. Segundo o governo federal, o quadro nos estabelecimentos penais masculinos é bem diferente. Neles, o índice de presos que não recebem visitas sociais é de 20% -uma diferença de quase 70% em relação às mulheres presas.Os dados sobre as mulheres encarceradas constam de recente levantamento do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e que reuniu os dados a partir de questionários respondidos pelos governos estaduais. Segundo o documento "Mulheres Encarceradas - Diagnóstico da Realidade", hoje, 70% dos estabelecimentos penais (mistos ou exclusivos de mulheres) no país permitem a visita íntima."A visita íntima ainda passa pelo preconceito, por ainda termos uma sociedade muito machista. O homem talvez se sinta envergonhado de visitar a mulher e ter com ela um relacionamento íntimo na prisão, enquanto as mulheres vão [aos presídios] e se casam com os homens", afirma a juíza Dora Martins, presidente do conselho executivo da AJD (Associação Juízes para a Democracia)."Quando a mulher entra no presídio, é mais ou menos como assinar um divórcio. Os homens não são tão fiéis como as mulheres", diz o padre Günter Zgudic, coordenador da Pastoral Carcerária Nacional.Há, hoje, cerca de 27 mil presas no Brasil, distribuídas em 508 estabelecimentos penais, sendo 58 deles exclusivos para as mulheres. Na maioria dos estabelecimentos, a situação é precária: só 27% deles contam com celas especiais para o isolamento da presa (o chamado "seguro") -como o ocupado, hoje, por Anna Carolina Jatobá na penitenciária feminina de Tremembé (interior de SP).Ainda segundo o relatório do Depen obtido pela Folha, 35% dos estabelecimentos com mulheres têm médico de plantão; 25%, atividades educacionais; 19%, berçário; e 16%, creches."Lamentavelmente, não há a observância da Lei de Execução Penal, e os Estados, parece, fazem questão de ignorá-la. Os estabelecimentos penais, como regra, não são dotados dos requisitos contidos na lei", afirma o diretor do Depen, Maurício Kuehne. "O quadro, como um todo, é triste. Chegamos a um ponto em que o quadro atual não pode persistir, precisa ser melhorado."O que acontece muitas vezes, segundo o governo, é que presídios construídos para homens são desativados e, depois, transformados em locais para abrigar mulheres -ou seja, sem a estrutura adequada às necessidades femininas."O quadro é caótico. As mulheres [presas] são afastadas dos filhos. A maioria das unidades prisionais aparta a criança da mãe como um bicho da fêmea. Essa criança é colocada num abrigo, e a mãe nem sabe onde ela está", diz Elisabete Pereira, diretora da Subsecretaria de Articulação Institucional e Ações Temáticas da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. "Não há tempo de preparar a separação ou para que a mãe acione alguém da família para assumir essa criança."Para minimizar tal quadro, a União passou a condicionar o repasse de verbas aos Estados às contrapartidas desses governos ao Plano Diretor do Sistema Penitenciário. Nele, há 22 metas para curto, médio e longo prazos -como assistência à saúde e à educação e profissionalização de presos e presas.O levantamento do Depen também identificou um perfil das mulheres presas semelhante ao dos presos: 60% delas são negras (contra 55% dos homens e de 49% da população total negra do país), 27% têm entre 18 anos e 24 anos (contra 31% dos homens) e 44% possuem o ensino fundamental incompleto (40% dos homens). (Eduardo Scolese, da sucursal de Brasília)
Fonte: Folha de São Paulo - 26/05/2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Aprovada a guarda compartilhada de filhos

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, por unanimidade, projeto que inclui no Código Civil a opção de guarda compartilhada de filhos de pais separados. Atualmente, apesar de o sistema já existir na prática, o código estabelece apenas a guarda unilateral, na qual o filho fica com a mãe ou com o pai.Pelo projeto, que segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando não houver acordo entre os pais quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada.A proposta diz que a guarda compartilhada poderá ser requerida, por consenso, pelo pai ou pela mãe ou conjuntamente pelo casal ou ser decretada pelo juiz. Nesse último caso, o magistrado terá o poder de definir os períodos de convivência com cada um deles.O texto diz ainda que o juiz poderá se basear em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar.As regras valem também para pais que nunca tenham se casado no papel. A guarda compartilhada é definida no projeto como "o sistema de co-responsabilização do dever familiar em que os pais, em caso de ruptura conjugal ou da convivência, participam igualmente da guarda material dos filhos, bem como dos direitos e deveres emergentes do poder familiar".Além de criar regras e abrir a opção da guarda compartilhada, o projeto define também, no Código Civil, o que denomina de guarda unilateral.O texto diz que a guarda unilateral obriga aquele que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos.Prevê que a guarda será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e mais aptidão para proporcionar aos filhos afeto, saúde, segurança e educação.A relatora do projeto na Comissão de Seguridade Social, deputada Cida Diogo (PT-RJ), diz que a guarda compartilhada faz com que todas as decisões sobre os filhos, como escola e médico, sejam tomadas em conjunto pelo pai e pela mãe.Rodrigo Dias, fundador da ONG Movimento Pais para Sempre, comemorou a aprovação do projeto. "Já tenho a guarda compartilhada do meu filho há mais de dois anos, mas a aprovação do projeto é importante para permitir um regime de maior convivência entre pais e filhos. Não queremos que nenhum pai, a não ser que queira, seja obrigado a ser pai apenas nos finais de semana.""A guarda compartilhada já existe, mas hoje, se o guardião quer deixar o outro sem informações sobre o filho, ele pode. Esse tipo de coisa não poderá mais acontecer", diz Dias. (Maria Clara Cabral)
Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 17 de maio de 2008

Mulher trabalha quase o triplo do homem em casa

A Folha de sábado, 17/5, em reportagem assinada por Claudia Rolli, divulga um estudo do Ibmec, cujo resultado todas nós já sabemos: mulheres com jornada semanal de 40 horas trabalham quase três vezes mais em serviços domésticos que os homens que cumprem a mesma jornada de trabalho. O levantamento foi feito a partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), de 2006, do IBGE e levou em conta informações de 206,5 mil pessoas com renda familiar média de R$ 1.634.
A idade média dos chefes de família e seus parceiros é de 46 e 41 anos, respectivamente. Entre os homens, 85,06% têm jornada de 40 horas ou mais por semana. Na média, eles dedicam 5 horas semanais ao serviço doméstico. O percentual de mulheres que cumprem horário de 40 horas ou mais no tabalho é menor: 56.29%. Entretanto, elas dispensam 18 horas semanais para as tarefas domésticas.
´Comparando mulheres e homens, casados ou não, a diferença persiste. A mulher trabalha em casa, no mínimo, o dobro do que o homem. Dependendo da jornada no mercado de trabalho, essa diferença chega a três ou até quatro vezes`, diz Regina Madalozzo, pesquisadora do Ibmec e um das autoras do estudo.
No Sul do País, segundo o estudo, os homens dedicam mais tempo ao serviço doméstico do que nas demais regiões. ´Ele trabalha em casa uma hora a mais do que um homem da região Sudeste. Esse tempo chega a quase duas horas se comparado ao dispensado por um homem do Centro-Oeste ao trabalho doméstico.` Nesse caso, pesa a questão cultural;. ´A região tem peculiaridades em relação à colonização e costumes. No Sul. os homens têm o hábito de cozinhar mais`.
A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, reivindicada pelas centrais sindicais não deve ter impacto nas desiguldaes, avalia a pesquisadora. ´Com o tempo, a tendência é que os homens façam mais horas extras para incrementar a renda e diminuam ainda mais o pouco tempo que dedicam ao trabalho doméstico.
Ou seja, esse tempo destinado ao trabalho doméstico bem que poderia ser melhor dividido entre homens e mulheres, mas, infelizmente, no Brasil essa realidade ainda é levada pouquíssimo à sério. O homem ainda é educado para ser o provedor e descansar quando chega em casa. Enquanto milhões mulheres chegam do trabalho e ainda vão cumprir o famoso ´terceiro expediente`em casa, seja preparando a janta, lavando roupa ou cuidando dos filhos. E mais, muitas mulheres não conseguem ´folga`da função nem nos finais de semana.
O resultado disso tudo não é nada animador: stress, irritação, desânimo, doenças cardíacas... em parte, fruto da falta de mobilização, já que grande parte de nós, mulheres, ainda não acordamos de verdade para essa realidade, fruto de uma cultura machista que continua a nos aprisionar e que tende a se perpetuar, soando muitas vezes como a ´lei natural das coisas`.
Nada mais oportuno do que colocar esse assunto na pauta, diante do projeto de redução da jornada do trabalho de 44 para 40 horas semanais. Ou será, que essa redução da jornada nos trará ainda mais tarefas domésticas?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O dia em que conheci o bicho-papão


por Cléria Bittar Bueno
Não, definitivamente não se trata de um conto de fadas para crianças; não é um livro para crianças, pelo menos na forma convencional. É um livro sobre um tema que atinge em cheio a dignidade do ser humano. É a história real de seu autor (ele prefere usar o pseudônimo de Ricardo Dabo), que em criança foi molestado sexualmente.
No momento em que o País todo se abala com as tristes histórias de vidas de crianças ceifadas por mãos impiedosas, relatos escabrosos aparecem e latejam em nossas mentes: que pensa e como age um molestador de crianças? Posso assegurar-lhes, caros leitores, que este livro é um libelo contra esta abominável prática que deixa seqüelas nas almas de muitos adultos sobreviventes do abuso, que se tornam seres sombrios, desconfiados, incrédulos diante de toda aproximação amorosa e desinteressada. O autor de "O dia em que conheci o bicho-papão" inicia seu relato expondo-nos todos os sintomas e mal-estares que torturam os que sofreram abuso sexual. Mais do que transtornos psicológicos, manias de perseguição, insônias, afastamento social, baixa auto-estima, sentimento constante de culpa e vergonha, problemas na esfera da sexualidade, percebemos que toda a dor do mundo está contida em sua narrativa. Esta em vários momentos me fizeram lembrar As dores do mundo, de Schoppenhauer (1788-1860): "Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração". A história, narrada em primeira pessoa, passa-se aqui em Franca, onde Ricardo nasceu e viveu até pouco tempo antes de mudar-se para Goiânia. Como epígrafe o livro traz duas frases: "Esquecer é permitir. Lembrar é combater".
Elas nos dizem tudo: as vítimas de abuso sexual não querem esquecer o passado, nem poderiam. Seria uma forma de negar-lhes o direito de questionar o porquê de tamanha barbaridade, de tamanha perversão, quando suas vidas ainda estavam se abrindo. Esquecer o passado seria a conivência com o abuso; há de lembrá-lo, dissecá-lo, para conhecer e combater esta monstruosidade.
Ler este livro é um exercício de voyeurismo, pois ficamos tão integrados às cenas que Dabo descreve que nos transportamos para lá, onde ocorrem os fatos. Todas as emoções, o pulsar de suas veias, seus poros latejantes, sua curiosidade infantil a respeito do sexo, tudo isto sentimos como se passasse conosco; assim como o asco, o estômago embrulhado, o mal-estar quando descreve a noite fatídica que seria, de certa forma, a protagonista de sua existência.
A estratégia do pedófilo é manter suas vítimas em sua 'posse', tal fossem um objeto inanimado. Falantes, gentis, 'carinhosos', preocupados, aproximam-se quase sempre oferecendo um universo colorido de possibilidades e de pequenas riquezas infantis: brinquedos, balas, gibis... E uma vez conquistada a confiança da criança, dão o bote definitivo. A memória registra e nunca mais se livra do ocorrido.
Serviço:
Título - O dia em que conheci o bicho-papão
Autor - Ricardo Dabo
Editora - Kelps
Preço - R$ 15

Liberdade de expressão - defenda a sua!

Acompanho o noticiário diário por dever de ofício e obviamente vi a interdição da Justiça às passeatas em favor da descriminalização da maconha no país.
Pensei, por que não passeatas a favor da liberdade de expressão? De expressar a indignação com o Judiciário: o aborto ilegal está liberado há muito tempo, já o legal, não; as plantações de cannabis, facilmente rastreadas por satélites nem tão sofisticados são permitidas, enquanto o uso do produto final, supostamente, não; a venda de psicotrópicos (antidepressivos, ansiolíticos e outros) sem receita é proibida, mas a prática continua no varejo farmacêutico em todo o país e gera dependentes químicos tanto quanto o uso de drogas ilegais.
Enfim, só para ficar em uns poucos exemplos. E você, defenderia a liberdade de expressão em nome do quê?
Viviane Mottin é jornalista e psicanalista

terça-feira, 13 de maio de 2008

Diferença de tratamento



Que tal falamos sobre as conquistas das mulheres em outros países? Aqui nos Estados Unidos, a mulher americana lutou tanto pelo direito de sair de casa e trabalhar competindo com o homem, que o resultado foi de que o homem se acomodou, ficando mais em casa e a tonta da mulher tentando fazer carreira ( isso lógico, em termos de classe média e de baixa renda) e praticamente sustentando o marido.
O salário da mulher nos EUA também ainda é menor do que o de um homem ocupando a mesma posição numa empresa. Toda a luta pela liberação da mulher teve um lado negativo.
Em compensação, o homem americano é menos machista. Você dificilmente ouve comentários maliciosos vindo de um homem para uma mulher andando na rua, como se ouve no Brasil. Dois anos atrás, eu assisti um programa americano chamado AMAZING RACE que foi filmado em São Paulo.
Num certo momento do programa, algumas garotas americanas tinham como tarefa a montagem de motocicletas que haviam sido previamente desmontadas. Elas comecaram a montar as motocicletas na calçada de uma oficina mecânica em SP. Ao redor delas. espectadores assistiam e faziam comentários a respeito das meninas.
Eu fiquei chocada com os comentários de fundo sexual extremamente grosseiros e degradantes que os homens faziam. Aqui o homem vai preso se fizer um comentário desse tipo para uma mulher estranha na rua. A lei te protege. Da mesma forma no trabalho, o assédio sexual é punido.
Enviado por Elisa Ficarelli Mikenas, Diretora Executiva de Manutenção de Hotéis, que mora há 16 anos nos EUA

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Falta atendimento para mulher vítima de violência no ABCD

Violência contra mulher. O tema, bastante conhecido, ainda é tratado de forma desigual no ABCD. De um lado, centros de referência como a Casa Beth Lobo, em Diadema, e a Casa Vem Maria, criada e mantida pela Prefeitura de Santo André; de outro, a cidade de São Bernardo, que não possui atendimento especializado e sofre com a alta demanda de mulheres agredidas.
Criada em 1998, pelo desejo do Movimento de Mulheres, o projeto Casa Vem Maria atendeu 1.200 pacientes em 2007 – dessas, 263 mulheres passaram pelos serviços pela primeira vez.
De acordo com a coordenadora do projeto, Léa Gomes da Cruz Soares, a maioria das mulheres que são encaminhadas à casa passaram antes pelo atendimento hospitalar por conta de lesões físicas. Só depois de muito relutar em admitir que sofriam de violência, procuraram ajuda. "Nosso tratamento é contínuo. Tentamos romper o laço de agressão, que muitas vezes significa romper as relações com o parceiro agressor."
Em tratamento há um ano e meio, Carmem (nome fictício), procurou o Vem Maria após 14 anos casada com um homem violento. A paciente conta que durante todo o casamento foi à única provedora financeira da casa e que teve de desistir da maternidade por causa do marido. "A maior violência foi a moral e a psicológica. As agressões eram diárias e só cessou a partir do momento em que cheguei ao Vem Maria. Tinha vergonha e medo. Tinha receio de falar o que acontecia comigo, iria desmoronar um castelo que eu construí", conta Carmem, que há um ano se separou do marido, voltou a fazer faculdade e realizou o sonho de ser motociclista.
De acordo com a promotora de Justiça Criminal de São Bernardo, Eliana Vendramini, a cidade conta apenas com as duas casas-abrigo que atendem as setes cidades da Região, e não possuem atendimento especializado. "A questão de São Bernardo é emergencial porque a demanda é muito grande e não podemos tratar de um assunto tão sério apenas no âmbito judicial. No caso de um agressor alcoólatra, não podemos puni-lo sem tratá-lo. Não faz sentido", afirma Eliana.
O serviço prestado pelo Vem Maria é público e gratuito, com a participação de psicólogos, advogados e terapeutas. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na rua Cesário Mota, 51, Centro. O telefone é o 4992-2936. (Carol Scorce)
Fonte: ABCD Maior www.abcdmaior.com.br/

Dom Juan e os homens

O que dizer da relação de Don Juan, como mito da sedução, com os homens? Há um tipo muito particular de Don Juan que só seduz mulheres comprometidas com homens. Ou seja, mulheres que, mesmo assumindo o papel feminino em relação amorosa com outras mulheres, não interessam.
Tal qual o Don Juan sedutor de mulheres, o tipo que procura mulheres vinculadas a outros homens o faz insistentemente e não está interessado no feminino. O objeto de desejo de conquista, neste caso, é o homem, não a mulher.
Esse tipo de Don Juan passa a vida sabotando um desejo homossexual inconscientemente reprimido. Tal repressão se transforma em agressividade na relação com as mulheres. No papel de "macho", o tom sádico aparece em gestos violentos, em que o beijo vira mordida, e os toques carinhosos marcas de garras. A volubilidade, entendida como virilidade em certas culturas, impede o aprofundamento da relação. E daí o estigma de sedutor de Don Juan.
A inquestionável masculinidade, no entanto, mascara a suscetibilidade homofóbica que sequer permite a aproximação, ainda que por amizade, de homens homossexuais. Don Juan teme a contaminação do desejo explicitado de um homem por outro homem, que pode ser ele mesmo. A eterna busca do homem, por meio da relação com mulheres, remete à figura paterna.
O vínculo do bebê com a mãe se constrói por necessidade de sobrevivência (o seio que dá leite), que depois torna-se afetivo. Já o vínculo com o pai é intermediado pela mãe, e por outro tipo de necessidade. Pode-se dizer, necessidade de ser no mundo, na cultura, uma vez que o pai ou sua representação (figura paterna) interdita a fantasia do menino de que a mãe é toda sua, numa relação simbiótica em que nada falta.
O pai ensina que a mãe é sua esposa, e o menino é filho de ambos. Se este pai, mesmo existente e presente, for inacessível ao investimento afetivo do filho, a busca do vínculo, o desejo de conquista do masculino, pode perdurar por toda a vida. Porém, se a figura paterna for receptiva ao investimento afetivo da criança, o vínculo se dará positivamente, e esta fase da evolução emocional do menino estará completada.
A figura paterna pode ser um parente, o avô, um tio, o namorado da mãe, ou ainda (objetos) outras pessoas relacionadas às atividades da criança fora do círculo da relação mãe-filho, que vão aparecendo na socialização na escola, no lazer, no aprendizado da religião, nos meios de cultura, enfim.

Viviane Mottin é jornalista e psicanalista

sábado, 10 de maio de 2008

Punidas por abortar


A revista Época desta semana mostra que quase três mil brasileiras estão na mira da Justiça por ter praticado o aborto. Dessas 25, já estão cumprindo pena. O maior inquérito do país sobre a prática ilegal levanta polêmica: que punição elas devem ter? A reportagem ainda mostra como mulheres mais pobres são tratadas nas clínicas de aborto clandestinas.
Em Campo Grande (MS) cinco mulheres foram acusadas de cometer aborto e submeteram-se à pena alternativa de prestação de serviços à comunidade. Ao todo, são 2.800 fichas médicas nas mãos do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Mato Grosso do Sul, Aloísio Pereira. Também é a primeira vez que mulheres são acusadas por aborto sem um flagrante policial. A apreensão das fichas aconteceu em 13 de abril de 2007, ao ser desmantelada uma clínica de planejamento familiar, no centro de Campo Grande, onde aconteceriam os abortos. O texto diz que a rotina de uma delas é constrangedora, já que tem que atrasar-se no trabalho por ter que prestar a pena alternativa antes do expediente, o que a obriga a dar desculpas ao chefe. A médica acusada de fazer os abortos clandestinos, a anestesista Neide Mota Machado, 54, se diz defensora dos direitos da mulher e nega ter feitos os abortos clandestinos. Na sua clínica, (que na entrada tinha uma faixa com os dizeres ´Planejamento Familiar`) as mais pobres eram tratadas como ´banguelas`, uma referência às fichas das mulheres de baixa renda.
Por serem mais pobres e pagar menos pelo procedimento (cerca de R$1 mil) também só tomavam remédios abortivos, como o Cytotec, e eram orientadas a procurar um hospital público quando começassem a ter hemorragias.
A pena a qual foram submetidas também é questionada. O juiz Aluízio Pereira dos Santos afirma que a decisão foi proposital, para fazê-las refletir sobre a maternidade. ´Mandar mulheres que abortam recentemente trabalhar com crianças é uma torura moral e afetiva`, diz a antropóloga Debora Diniz, diretora de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, em Brasília e defensora da discriminalização do aborto.
O Brasil tem mais de 1 milhão de abortos clandestinos por ano, segundo estimativa da ONG Ipas Brasil, ligada à saúde reprodutiva. Semana passada, a Câmara dos Deputados votou um dos 17 projetos de lei sobre o tema. O projeto, de 1991, propunha a revogação do artigo que penaliza as mulheres, mas o relator, o deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) mudou o texto para manter a lei como está.
O assunto, porém, passou em branco pela nossa imprensa.
Fonte: Época n° 521 (12/05/2008) - Foto reproduzida da revista

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Primeira Jornada da Violência contra a Mulher, a Criança e o Idoso
Quando: 5 de junho de 2008, das 9h às 17h
Onde: Auditório Antonio Carlos Amorim - EMERJ ( Av. Erasmo Braga, 115, 4º andar, Centro-RJ)
Programação

Manhã:
Coordenadora da Mesa: Desembargadora Conceição Mousnier – TJ/RJ – Presidente do Fórum de Permanente de Direito de Família
9h: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - Palestrante: Drª Ana Maria Iancarelli – Psicanalista Especialista em Atendimento a Vítimas de Violência
10h: VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE - Palestrante: Drª Ivone Caetano – Juíza Titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso.
11h: VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO Palestrante: Dr. Leonardo de Castro Gomes – Juiz Titular da 17ª Vara Cível da Capital.

Tarde:
Coordenardora da Mesa: Drª Leilah Borges da Costa – Presidente do Instituto Brasileiro de Família - IBDFAM.
14h: VIOLÊNCIA DO TRATAMENTO LEGAL - PalestranteDesembargadora Conceição Mousnier – TJ/RJ – Presidente do Fórum de Permanente de Direito de Família:
15h: LEI MARIA DA PENHA - Palestrante: Drª. Leila Linhares Barsted- Advogada, Membro do Comitê de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher da OEA e Coordenadora Executiva da CEPIA.
16h: MEDIDAS PROTETIVAS - Palestrante: Drª. Tânia da Silva Pereira- Advogada – Professora de Direito – PUC/RJ

Inscrições gratuitas (vagas limitadas)
Informações: Secretaria da EMERJ: (21) 3133-3369 / 3133-3380
INSCRIÇÕES GRATUITAS E EXCLUSIVAS PELO SITE http://www.emerj.rj.gov.br/

Fonte: Portal Violência contra a Mulher http://www.violenciamulher.org.br/

Brechó Vovó Filomena faz reservas pelo Orkut




Companheiras, gostaria de compartilhar com vocês o endereço do brechó Vovó Filomena, da Janaina, que trabalha na Secretaria de Movimentos Populares do PT. O brechó abre sábados, domigos e feriados - para quem vive ocupadíssima durante a semana. Com pouca grana e muita criatividade, você poderá montar um visual para todas as ocasiões: roupas novas e usadas, tamanhos grande, uma grande variedade de batas, casacos, blazers, botas (para ficar chiquérrima e aquecidinha no inverno), calças, conjuntos, malhas, vestidos, acessórios e muito mais! Ah! E o preço, nem se fala: peças de R$ 3,00, R$ 5,00, R$ 10,00 e R$ 15,00 (as novas). O diferencial é que quem quiser fazer uma pesquisa pelo Orkut, pode procurar no endereço http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6794372354575800182 A Jana já vai olhando no ´estoque` de artigos e fará uma reserva personalizada. O endereço é rua Dr. Odilon, 58

Dom Juan e as mulheres


Em tempos de tantos Don Juan e de tão poucos amores de verdade, vale revisitar esta personagem literária que tornou-se o mito do sedutor por excelência. E, para isso, nada melhor que atualizá-lo, revendo Don Juan De Marco, filme de Francis Ford Coppola. Quem é o Don Juan (Johnny Deep), de Coppola? Um paciente psiquiátrico que, ao delirar a perda da mulher que considerava o grande amor de sua vida, ameaça atirar-se do alto de um prédio. É socorrido pelo psiquiatra Jack Mickller (Marlon Brando), que o interna e passa a escutá-lo.
Don Juan, como se sabe, seduz. Mas não conquista. Aquele Don Juan, de Coppola, não perde o grande amor da sua vida. Na verdade, sofre porque a única conquista que lhe interessa é um amor impossível: a moça do outdoor, a quem devota o seu amor, e portanto é rejeitado da pior forma possível, que é a indiferença. Ele a conhece e reconhece, mas para ela, ele não existe. Aquela moça não pode ser seduzida e muito menos conquistada.
Quem, na vida de Don Juan nunca pôde ser seduzida, a não ser na fantasia, e por tramas do destino não pôde ser conquistada? Por trás do amor platônico pela moça do outdoor há outra figura feminina da vida de Don Juan. O verdadeiro amor, o primeiro, como acontece com todos os homens. A mãe. Esta não pode ser seduzida, pois que há uma interdição moral que vem dela mesma. Mas, normalmente, quer conquistar e ser conquistada.
Don Juan não seduz a mãe, nem teve a chance de conquistá-la. A mãe o abandona, quando criança. Ou seja, a mãe só existe em outdoor, distante, indiferente. É linda, é grande, é promessa. Simbolicamente, toma toda a vida de Don Juan.
A reedição do abandono acompanhará Don Juan por toda a sua vida na relação com as mulheres. Em cada nova busca de uma mulher para seduzir, na verdade Don Juan está procurando o encontro primordial com a sua mãe. O abandono das mulheres seduzidas ocorre porque a conquista está interditada, já que não foi consumada no amor primário.
Don Juan não realiza o amor pela mãe, o que o condena a fantasiar na vida adulta o que poderia ser amorosamente. Já o psiquiatra escuta, encantado, as aventuras de Don Juan, fantasiando os episódios de sedução e colocando a sua única mulher, a esposa, no lugar das várias personagens trazidas pelo paciente. Descobre, então, que vem deixando sua mulher em segundo plano - abandono?
Jack Mickller volta-se para sua mulher, recriando uma relação apaixonada, adulta e madura, em que a conquista se evidencia pelo amor às muitas mulheres que há em uma só. Amor que integra, acolhe e ampara, em contraponto ao que despedaça nos outros o que está estilhaçado em si. Assim, Jack Mickller recria o mito, como um Don Juan conquistador, ao contrário do solitário e empobrecido Don Juan sedutor.

Viviane Mottin é jornalista e psicanalista.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Pesquisa: 70% das mulheres que abortam têm filhos

Estudo realizado pelas universidades de Brasília (Unb) e Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) indica que pelo menos 70% de todas as mulheres que fizeram aborto já têm ao menos um filho, e na maioria dos casos, decidiram interromper a gravidez planejadamente porque os métodos contraceptivos falharam ou não foram usados corretamente. A pesquisa diz ainda que 3,7 milhões de mulheres em idade fértil (até 49 anos) já abortaram. O estudo também mostrou que além de terem ao menos um filho em relacionamento estável, essas mulheres trabalham e são católicas.
(Fonte: O Globo, 2/5/2008)

Aumentam registros de crimes contra mulheres


Os números que registram a violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro cresceram no ano passado em relação ao ano de 2006. Conforme dados do Dossiê Mulher, divulgados ontem (30/4/2008) pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), houve mais mulheres vítimas de estupros, homicídios, atentado ao pudor, agressão física e ameaça. O maior percentual de aumento foi dos estupros que cresceram 7,7% de um ano para o outro. Os autores do trabalho se concentraram em alguns crimes mas comuns contra as mulheres. Em 2006, foram registrados 1.278 casos de estupros em todo o estado. Já no ano passado, foram feitos 1.376 registros, ou seja, 98 casos a mais, uma proporção de 8,7 casos para cada 10o mil habitantes. A Área Integrada de Segurança Pública (AISP) onde houve o maior número de casos foi a do Batalhão Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Outras AISP´s da região também estão na frente das estatísticas. Nos casos de atentado violento ao pudor, houve aumento de 2,7% de um ano para o outro (1.272 casos em 2006 e 1.306 no ao seguinte). As AIP´s de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo são as líderenos de casos no estado. Na capital, também é a de Rocha Miranda a que registra mais casos. As principais vítima, no entanto, são crianças de 6 e 11 anos e pouco mais de um terço das vítimas foram atacadas por parentes. O número de mulheres vítimas de homicídio também aumentou, passando de 409 para 435 em 2007. O maior número de casos, novamente, foram nos três batalhões da Baixada. As maiores vítimas foram mulheres entre 25 e 39 anos. Já o número de mulheres agredidas (lesão corporal culposa) passou de 42.669 para 45.514. As maiores vítimas foram as mulheres de 25 a 39 anos. Já os crimes de ameaça representaram 62,4% de todas as vítimas deste crime no ano passado.
(Fonte: O Globo, 1/5/2008)