Deu na Folha, no dia 1/11/2009:
Além do aumento da participação de diaristas, uma mudança ocorrida no mercado de trabalhadores domésticos diz respeito ao envelhecimento das profissionais durante a última década.Em 1998, 32% delas tinham até 24 anos. Dez anos depois, essa mesma proporção caiu para 17%. A faixa etária que mais cresceu foi a de 45 a 59 anos, que passou de 17% para 26% da categoria.Uma das explicações do estudo do Ipea para esse movimento é o pequeno aumento de escolaridade no Brasil, que abre novas perspectivas para as mulheres mais jovens, principalmente as que têm entre 18 e 24 anos, além do desvalorizado trabalho doméstico."Como o Brasil está aumentando o nível educacional, tem muito pouca mulher jovem disposta a aceitar trabalhar como doméstica. Elas acabam vendo isso como uma ocupação temporária", afirma Simone Wajnman, da UFMG.
Para ter uma ideia, as domésticas nessa faixa etária tinham em 2008, em média, oito anos de estudo, o que significa pouco mais do que o ensino fundamental completo. Dez anos antes, em 1998, a média ficava em 5,6 anos de escola. Já as mais velhas, com 60 anos ou mais, estudaram pouco mais do que três anos, o que, além da idade em si, dificulta a procura por um novo tipo de trabalho no mercado.
* O mais interessante dado dessa matéria é observar que no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste, a proporção de diaristas varia de 13% a 19%. Já nas regiões Nordeste e Norte, elas representam 30% e 26% das diaristas, respectivamente, ou seja, ainda reflexos da cultura coronelista e escravista presente nessas regiões.