As políticas públicas para mulheres ainda estão escassas nos programas de governo dos atuais candidatos a prefeito – ainda mais, diante de poucas candidaturas majoritárias femininas e do descumprimento das cotas nas instâncias partidárias.
No entanto, a urgência de ações nessa área requer um foco específico. É o que pensa Tatau Godinho (foto), mestre em sociologia pela PUCSP, que apresentou algumas propostas importantes do programa de governo da candidata petista Marta Suplicy no “Papo de Atitude”, sala de bate-papo que ocorre todos os dias no site da candidata www.marta13.can.br com a participação de internautas.
Uma delas, importantíssima, refere-se aos programas que ampliam a possibilidade de emprego e renda, de geração de postos de trabalho, espaços de economia solidária e que aproveitem a criatividade das mulheres na produção de artesanato e produtos alternativos à economia mercantil. Segundo ela, “é preciso manter os programas de transferência de renda porque as mulheres ainda estão entre os setores mais empobrecidos da população”.
Sobre a assistência à gestante, Tatau lembrou o programa “Nascer Bem”, da gestão anterior de Marta, que priorizava a saúde feminina durante o período da gravidez. Lembrou ainda que antes as mulheres tinham transporte gratuito quando precisavam fazer as consultas de pré-natal.
Sobre a assistência à gestante, Tatau lembrou o programa “Nascer Bem”, da gestão anterior de Marta, que priorizava a saúde feminina durante o período da gravidez. Lembrou ainda que antes as mulheres tinham transporte gratuito quando precisavam fazer as consultas de pré-natal.
Outro ponto que gerou perguntas de internautas incluiu as gestantes que trabalham em regime informal e que não têm direito à licença maternidade. “Um atendimento específico às mulheres na saúde pública não exige a apresentação de certificados de trabalho, mas é verdade que dependemos de uma política nacional que altere a previdência para que as mulheres em regime de trabalho informal tenham acesso a licença maternidade”, disse.
Um dos desafios da nova gestão, segundo Tatau, caso Marta saia vitoriosa, será garantir o horário integral nas creches públicas. No governo anterior as creches funcionavam por um período de 12 horas, possibilitando que as mulheres pudessem deixar o filho e ir ao trabalho incluindo o tempo gasto no transporte. “Infelizmente, hoje a Câmara Municipal discute a proposta de reduzir o horário das creches com o argumento de que as crianças não precisam ficar todo o tempo na escola. Não levam em consideração a realidade das mães que trabalham fora”.
Outras ações do programa de Marta são: ampliação da rede de creches, a ampliação dos centros de atendimento à violência, a criação de políticas culturais para as mulheres, um programa de educação não discriminatório nas escolas entre outras. “Existem políticas que parecem não incidir sobre a vida das mulheres, mas são muito importantes porque reduzem o trabalho doméstico, como por exemplo, a ampliação da merenda escolar com a criação da segunda refeição na escola”.
Para Tatau significa muito para São Paulo já ter tido duas prefeitas mulheres. “Isso mostra que avançamos muito em relação a participação política feminina. Mas a discriminação ainda é muito grande. Aqui mesmo discutimos o quanto várias das críticas à candidatura de Marta Suplicy são resultado de uma visão preconceituosa sobre as mulheres na política” .
Violência
A propósito da violência contra a mulher, Tatau acredita ser importante criar uma rede de atendimento que chegue às mulheres nas diversas regiões de São Paulo. “Com atendimento psicológico, social e jurídico. É preciso também retomar os serviços de atendimento à violência dentro da rede de saúde que foi praticamente desativado no governo atual. Ao mesmo tempo, durante a gestão Marta Suplicy, desenvolvemos uma política de capacitação da guarda civil metropolitana para que ela estivesse atenta e capacitada para combater a violência contra as mulheres”, explicou.